Uma nova perereca e o sapo que copula com a fêmea morta
Crédito: Domingos Rodrigues (acervo do pesquisador) |
Uma nova espécie de perereca arbórea de olhos vermelhos, do gênero Aglalychni, foi descrita no Vale do Rio Magdalena, no nordeste da Colômbia.
Assim como outros do mesmo gênero, a Agalychnis terranova é um animalzinho verde, que prefere viver perto dos rios das florestas tropicais e tem hábitos noturnos. Mas ela se distingue de outros pelos flancos de cor laranja e abundantes verrugas brancas. De acordo com os pesquisadores, a nova espécie é muito parecida com outra, encontrada na América Central, a Agalychinis callidryas, a ponto de serem chamadas de “irmãs”.
A descoberta foi publicada na edição desta quarta-feira (03/04) da revista científica Zootaxa. O autor principal do artigo, Maurício Rivera-Correa é ligado ao Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Esta não foi a única novidade a surgir nos últimos dias nas florestas tropicais da América do Sul.
Em Manaus, cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) decifraram o comportamento necrófilo do sapo Rhinella prosbocidea. A espécie se reproduz em lagos, nascentes ou poças d'água no meio da mata. Geralmente a fêmea fica embaixo d’água esperando o resultado da acirrada disputa que ocorre entre os machos e, após a cópula, ela vai embora. Porém, há casos em que a fêmea permanece agarrada na região pélvica pelos machos durante horas ou até mesmo dias e acaba morrendo afogada.
Os pesquisadores descobriram que a permanência do macho aumenta as possibilidades de os ovos sobreviverem, mesmo com a morte acidental da fêmea. “Nesse caso, foi notado que quando o macho solta a fêmea, ela já não tem mais ovos na barriga, mesmo que a fêmea morra os ovos saem e então o macho fecunda os ovos”, explica o biólogo Willian Magnusson, coordenador do Instituto de Estudos Integrados da Biodiversidade Amazonas (Cenban), do Inpa. A pesquisa foi realizada na Reserva Ducke, uma área de 10 quilômetros quadrados em Manaus, usada como laboratório para pesquisas do Instituto.
Fonte: O eco
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