Entendendo o Cerrado
Crédito da imagem original: Verônica Theulen |
De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Cerrado ocupa uma área de 2.036.448 km², cerca de 22% do território nacional. Isto faz dele o segundo maior bioma do Brasil e da América do Sul, perdendo apenas para a Amazônia. Esta imensa área encobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos porções no Amapá, Roraima e Amazonas. As três maiores bacias hidrográficas do continente encontram suas nascentes nesta área: Bacias Amazônica, do São Francisco e do Prata, o que favorece a sua biodiversidade.
A maior parte do bioma do Cerrado se distribui em área de clima tropical sazonal de inverno seco - semelhante à savana do continente africano (daí o apelido de "savana brasileira"). É um clima quente e quase sem ventos: a temperatura média anual varia entre 21ºC e 27ºC, podendo chegar a marcações de até 40°C na primavera. As mínimas registradas podem chegar a valores próximos de 10°C ou até menos, nos meses de maio, junho e julho. A região apresenta uma divisão bem definida em relação ao clima e ao regime de chuvas. Entre maio e setembro o Cerrado permanece seco, de outubro a abril, chuvoso.
Em razão de fatores ambientais tais como regime de fogo, clima, a fertilidade e drenagem solo, relevo e, inclusive, interferência humana, a vegetação não possui uma fisionomia única em toda a sua extensão. Pelo contrário, ela é bem diversificada, apresentando desde formas campestres bem abertas, os campos limpos de cerrado, até formas relativamente densas, florestais, como os cerradões.
Esta diversidade também se verifica na flora e fauna do bioma: o Cerrado abriga 11.627 espécies de plantas nativas, com 4.400 endêmicas (exclusivas) dessa área. Cerca de 199 espécies de mamíferos e 837 espécies de aves. São 1200 espécies de peixes, 180 espécies de répteis (28% endêmicas) e 150 espécies de anfíbios (17% endêmicas). Ainda é refúgio de 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos.
Mesmo assim, o risco de extinção é presente para várias espécies de plantas e animais. Novamente baseado em dados do MMA, estima-se que 20% das espécies nativas e endêmicas já não ocorrem em áreas protegidas e que pelo menos 137 espécies de animais que ocorrem no Cerrado estão ameaçadas de extinção. A ocupação humana exerceu, e exerce, grande pressão sobre o bioma, com a abertura de novas áreas para a expansão da fronteira agrícola e a exploração predatória de seu material lenhoso para produção de carvão.
Embora o risco e importância biológica sejam conhecidos, dentre os biomas brasileiros o Cerrado é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral. Apenas 8,21% de seu território legalmente protegido por unidades de conservação.
Fonte: o ((eco))
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